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Vivendo
de brisa
Ela
considera a comida o maior vício da nossa civilização, e fora
alguns biscoitinhos em situações sociais, está sem ingerir
nutrientes desde maio de 1999. Assim como a brasileira Evelyn
e seu marido, o norte-americano Steve Torrence, cerca de 100
pessoas em todo mundo fizeram essa opção e garantem que livrar
o corpo do "vício" de se alimentar rejuvenesce, dá mais energia
e diminui o sono. Sabe-se lá se não é essa a receita da tão
sonhada imortalidade.
Débora
F. Lerrer
Evelyn: mantendo a boa forma mesmo sem comida |
Desde
maio de 99, o casal Steve, 36, e Evelyn Torrence, 39,
riscou do mapa as refeições diárias que
fazem parte do cotidiano de boa parte da humanidade. Brasileira,
radicada nos Estados Unidos desde 1998, Evelyn ostenta um
corpo enxuto, de 47 quilos, distribuídos em 1,66m.
Está bem longe da imagem de alguém supostamente
desnutrido - mas não ingere comida há quase
dois anos.
Na
realidade, não é que eles não se
alimentem de nada: a "comida" deles é "prana",
a energia universal que é obtida a partir da respiração
e da absorção da luz solar. Algo como a fotossíntese
realizada pelas plantas que, no caso dos humanos, seria feita
pelas glândulas pineal e hipófise, segundo Evelyn.
De
acordo com ela, existem várias formas de se absorver
a energia prânica - em geral, através de técnicas
respiratórias comuns para quem pratica yoga. Mas o
jeito mais simples mesmo é olhar o sol todos os dias
de manhã bem cedo. "A luz do sol vai direto para
as glândulas pituitária (hipófise) e pineal",
diz Evelyn. Ela explica que se a pessoa começa a encarar
o sol durante dez ou vinte segundos por dia, os olhos vão
se acostumando e a forte luz do sol não incomoda mais.
Para Evelyn, as nossas glândulas são como os
painéis solares usados pelas casas que aproveitam a
energia do sol para ter luz e aquecer a água. "Nossas
glândulas absorvem essa energia e ficam o dia todo passando
para o nosso corpo inteiro. Elas funcionam como uma bateria
energética que a gente carrega toda a manhã."
Escritora, com três títulos publicados
no Brasil, Evelyn acredita que nós simplesmente somos
viciados em comida, que para ela é a pior das drogas.
"A energia do alimento é ilusória, é
igual a cocaína. Quando você come, você
está bem, depois entra em processo de digestão,
que tira toda a energia que você tinha e que a comida
deu".
Além de ser responsável pelo "maior
desgaste energético" de uma pessoa, para Evelyn
a comida é a maior causa das doenças que assolam
a humanidade. "Comida é extremamente poluente
em todos os aspectos. Você está ingerindo veneno
e toxina e espera que seu organismo digira isso. Só
que ele não consegue e tem uma hora que pifa. 91% das
doenças do mundo moderno são causados pela alimentação,
o resto pela mente. Doença mesmo não existe",
afirma ela, que acredita que a não-alimentação
pode conduzir à imortalidade. "Posso morrer de
acidente de carro, assassinada, de queda de avião,
de raio na minha cabeça, mas não morro mais
de velhice nem de doença".
Ela
garante que desde que parou de comer, seu corpo começou
a rejuvenescer. "Há dois anos, quando me olhava
no espelho já via o processo de envelhecimento. Hoje,
vejo as marcas do rosto sumindo, os cabelos brancos desaparecendo
e os meus músculos estão tão duros que
as pessoas acham que eu malho o dia todo". Atualmente
trabalhando junto com o marido em processos de despoluição,
Evelyn foi esportista na juventude. Conquistou o vice-campeonato
brasileiro de natação, em 75, e com sua antiga
empresa de promoções, a BWA, organizou o circuito
de competições de bodyboarding no País,
modalidade da qual foi vice-campeã nacional em 89.
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